Expressões com História
- correio_da_historia

- 17 de mai. de 2021
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“Vai tudo para o maneta”, ou seja, para a destruição, desaparecimento e morte, é uma das expressões históricas e populares ligadas às invasões francesas.
Efetivamente, a expressão citada, ou a outra semelhante “mandar ou ir para o maneta”, isto é, para a tortura ou a morte, está intrinsecamente ligada ao general Louis Henri Loison (1771-1816), que perdera a mão esquerda num acidente de caça, mas que apesar de maneta, era temido pelo terror que espalhou e pelas suas pilhagens, torturas, massacres e mortes que praticou.
Por isso, a expressão ficou negativamente na memória portuguesa, bem como o ódio que o povo nortenho desdenharia ao general maneta, como comprovam estes versos:
“Entre os títeres generais
Entrou um génio altivo
Que era o Diabo vivo
Ou tinha os mesmos sinais …
Aos alheios cabedais
Lançava como uma seta,
Namorava branca ou preta,
toda a idade lhe convinha.
Consigo três “emes” tinha:
Manhoso, Mau e Maneta”.
Atualmente a expressão é ainda utilizada no norte do país como significado de destruir, dar cabo de alguém ou de alguma coisa.
Outrossim se passa com a expressão “tudo como dantes no quartel de Abrantes”. Igualmente, data da época das invasões francesas, da altura em que Junot se instalou em Abrantes, a caminho de Lisboa. Uma expressão que ironicamente significa permanecer tudo na mesma e/ou não haver novidades, como na circunstância ocorria, com as tropas napoleónicas estacionadas, sem atingir Lisboa.
Recorde-se, a propósito e por curiosidade, que Abrantes foi uma das conquistas de D. Afonso Henriques aos mouros, em 1148.
Alvaro Nunes





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