O que não nos contam sobre os adiamentos dos congressos (Opinião- Paulo Freitas do Amaral)
- correio_da_historia

- 14 de out. de 2021
- 2 min de leitura

Estamos a entrar num período onde a direita vai realizar vários congressos; PSD, CDS e Chega.
As datas dos congressos têm sido debatidas em praça publica...mas o que não nos contam é como a marcação destas datas são importantes por outros motivos que os partidos acham que a bem da democracia, não devem ser trazidos para a praça pública pois isso poria a nu, todas as debilidades da democracia interna e a facilidade de manutenção do poder para quem lidera uma organização política.
Falo-vos das datas em que os "novos militantes" podem passar a votar, uma data variável de partido para partido mas que podem ditar uma eleição...
Imaginemos pois que o candidato A tem "militantes novos" trazidos pelo próprio e pelos seus apoiantes e que estes "novatos" já têm poder de voto no dia 25 de Novembro porque completam o tempo mínimo de permanência no partido (normalmente 6 meses ou 1 ano).
Imaginemos agora que o candidato B e os seus simpatizantes só angariaram "militantes novos" para o partido na semana posterior ao candidato A.
Logo estes militantes novos do candidato B só passarão a votar uma semana depois dos militantes do candidato A, ou seja no dia 2 de Dezembro, hipoteticamente.
A marcação de um congresso pelo candidato A, por exemplo, a 30 de Novembro permitirá ao candidato A contar com o voto dos seus novos militantes, e não permitirá ao candidato B contar com o voto dos seus novos militantes.O que permitirá ao candidato A vencer a eleição...
Este poderá ser um dos motivos entre muitos, das disputas das datas dos congressos mas que não contam em praça pública...
Outro motivo da coincidência ou não das datas sobrepostas dos congresso entre CHEGA e CDS poderá ser, a meu ver, uma clarificação do jogo duplo que alguns militantes do CDS podem andar a fazer com o CHEGA.
Como cresci em Oeiras e fui autarca; presidente de junta e deputado, sei bem do poder camaleonico de alguns militantes do PSD e do CDS e que se mantêm nos cadernos eleitorais dos dois maiores partidos da direita tendo sido eleitos por outra força democrática, sem que isso lhes traga qualquer penalização partidária.
Lembro-me de comentar com um amigo meu, militante do CDS, acerca do desplante de um destacado porta'voz na assembleia municipal de Isaltino Morais que continuava a ir descontraidamente a todos os eventos do CDS e a tirar fotos com o líder do CDS sem qualquer pudor, tendo sido eleito pela força de Isaltino e estando em campanha autárquica em Oeiras contra o CDS...
Infelizmente este truques, armadilhas ou jogos duplos existem num sistema partidário fechado, musculado e onde se pode denegrir qualquer um que resolva tocar no "coração" ou "ninho de vespas", como lhe queiram chamar, de quem governa uma cidade ou um país.
Felizes os nossos primeiros parlamentares da nossa democracia que só fundaram partidos e não tiveram de andar nestas "manigancias" e "caneladas" para ascender a uma concelhia , distrital...etc....talvez seja por isso que toda a gente lhes reconheça...outro nível...
Paulo Freitas do Amaral
Historiador





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