Caetano Cunha Reis, a fundação da JC e a vitória conseguida no S.Luís (Paulo Freitas do Amaral)
- correio_da_historia

- 2 de dez. de 2021
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A JC começou-se a organizar no Verão de 74 e em apenas seis meses Caetano Cunha Reis criou onze núcleos bastantes consistentes: Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro, Viseu, Guarda, Bragança, Vila Real, Braga, Viana do Castelo e Porto. Os mais dinâmicos eram Lisboa, Coimbra e Porto devido às Universidades.
Antes da organização do 1 congresso do partido e devido ao trabalho adiantado de Caetano Cunha Reis foi definido fazer um comício da JC no dia 4 de Novembro no Teatro S. Luís. Todos os oradores daquela noite foram da JC. A seu pedido e bem, o COPCON mandou policiar a entrada do S.Luís. Eram por volta das 17h quando as forças policiais evitaram que contra manifestantes entrassem na sessão de esclarecimento. Para se ter uma ideia da violência dos ataques dos incidentes resultaram 26 elementos da polícia feridos, 26 civis, danos em viaturas, danos em montras e na via pública, ouviram-se rajadas de metralhadora. Nessa mesma noite, os contra manifestantes foram à sede do CDS no Caldas e destruiram mobiliário, aparelhagem sonora roubando também ficheiros de militantes. Amaro da Costa que estava sozinho às 21h com mais meia dúzia de militantes tomou a decisão correcta: avisaram a polícia e os bombeiros e saíram pelo sótão, cujas traseiras davam para um jardim em socalcos que ia dar à zona do castelo. Após os acontecimentos dos comícios do Algarve, Caetano Cunha Reis conseguiu uma grande Vitória: a de obrigar o Estado a proteger o CDS e a reconhece-lo. Nessa noite Freitas do Amaral fez saber ao Presidente da República e ao Primeiro Ministro que exigia uma reprovação pública das autoridades do que tinha acontecido ao CDS e exigiu uma garantia de protecção do direito do CDS a existir, de reunir e de falar. Se isso não acontecesse Freitas do Amaral ameaçou que se demitiria do Conselho de Estado e que daria uma conferência de imprensa. A ameaça resultou, houve declarações de repúdio da violência pela parte de todos os partidos e houve também a garantia através do porta voz do conselho de ministro de todas as medidas de protecção e segurança do Estado ao CDS (curiosamente Luís de Barros, um futuro militante do PCP). Caetano Cunha dos Reis debaixo de fogo e com um dinamismo invejável provou ter sido um dos grandes Homens corajosos que conseguiu por o CDS fundido sob alicerces inquebraveis. Deus guarde a sua alma.
Paulo Freitas do Amaral





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