A vida e a morte discutida na Assembleia em contra relógio-Eutanásia-Opinião-Paulo Freitas do Amaral

A esquerda decidiu discutir a vida e a morte, num ato final de um Governo moribundo que acha que tem legitimidade de discutir um tema fracturante da sociedade portuguesa. Este espírito meio obcecado da esquerda com a Eutanásia vem sempre nas piores alturas...ou em pico de pandemia quando milhares de portugueses estavam a lutar entre a vida e a morte...e agora ao cair do pano de uma crise política com uma legitimidade dos órgãos de soberania francamente questionável...

Com a dissolução anunciada para esta semana, os deputados irão no dia 5 de Novembro discutir o assunto. Houve no entanto no passado alguns deputados do PS que se manifestaram contra a eutanásia e houve também por sua vez deputados do PSD que se manifestaram a favor, não sendo um tema unânime dos dois principais partidos.

A admiração deste processo, a meu ver, reside na conivência de três atores políticos provenientes da direita e que deveriam reflectir mais sobre o pensamento do eleitorado que os elegeu: em primeiro lugar o Presidente da República que já manifestou a Ferro Rodrigues disponibilidade para resolver este assunto muito rapidamente, após a mudança da terminologia da proposta chumbada pelo TC.

Em segundo lugar a posição do partido Iniciativa Liberal ao ir votar a favor e por último, em terceiro lugar a posição de Rui Rio também a favor da aprovação da lei da eutanásia...

Os deputados dos dois maiores partido que votam contra a eutanásia provavelmente serão silenciados pela posição dos seus líderes e infelizmente iremos assistir a somente dois partidos a assumir um voto plenamente contra: o CDS e o Chega...

O debate na sociedade portuguesa não foi feito, nem a maioria dos partidos querem que seja feita...As leis feitas à pressa nunca foram um bom presságio, até porque há outras maiorias que depois as podem alterar...

Veremos o que o futuro reserva a esta lei