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A descoberta da cruz de 1.400 anos em Abu Dhabi

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Em agosto de 2025 arqueólogos nos Emirados Árabes Unidos encontraram uma cruz de gesso com cerca de 1.400 anos na ilha de Sir Bani Yas perto de Abu Dhabi. O achado confirmou a existência de um mosteiro cristão dos séculos VII e VIII e trouxe novas informações sobre a história religiosa da região. A cruz, com aproximadamente 30 centímetros, foi encontrada no pátio de uma das pequenas casas do complexo monástico. Anteriormente, em 1992, arqueólogos já tinham identificado nove casas e uma igreja mas não havia provas concretas de que fossem habitadas por cristãos. A presença da cruz estabeleceu de forma definitiva que aquelas residências formavam um assentamento monástico, onde monges viviam isolados e se reuniam em atividades coletivas no mosteiro central.

O cristianismo esteve presente na Península Arábica desde os séculos IV e V espalhando-se através do Império Sassânida e das comunidades da Igreja do Oriente. A descoberta de Sir Bani Yas mostra que cristãos e muçulmanos coexistiam na ilha antes da consolidação do Islã, num período marcado por tolerância religiosa. A cruz não é apenas um artefato religioso, mas um testemunho da diversidade cultural e religiosa que caracterizou a região nos primeiros séculos da era islâmica. Ela revela detalhes sobre a vida monástica e a interação entre diferentes crenças, enriquecendo a compreensão sobre a expansão do cristianismo antigo.

O achado reforça a importância da preservação e estudo do patrimônio arqueológico dos Emirados Árabes Unidos. Ele ilumina aspectos esquecidos da história religiosa do Golfo Pérsico e recorda a rica tapeçaria de culturas e crenças que moldou o mundo islâmico primitivo.


Paulo Freitas do Amaral

Professor, Historiador e Autor

 
 
 

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